sábado, 28 de fevereiro de 2015

Orações de Fátima

Leo Madigan, autor dum pequeno livro sobre a Beata Alexandrina, acaba de editar em português o seu livro Fatima Prayer Book com o título de Orações de Fátima. A iniciativa inscreve-se certamente no âmbito do já próximo primeiro centenário das Aparições. Duas páginas lembram a Beata de Balasar.

Convém não esquecer que a Consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria decorreu ao tempo dos vinte e cinco anos das mesmas Aparições. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Ainda sobre a Capela da Senhora da Lapa


A escolha feita por Manuel Nunes e D. Benta da invocação de Nossa Senhora da Lapa para a sua capela merece um esclarecimento.
Desde alguns anos antes, um sacerdote nascido no Brasil, cónego da Sé de São Paulo e monsenhor, de nome Ângelo Sequeira, desenvolvia em Portugal, e em concreto no Porto e na Diocese de Braga, intensa e bem-sucedida actividade de divulgação da devoção à Senhora da Lapa. Era um homem cheio de entusiasmo e de obras e por isso mobilizava as pessoas. Sabe-se que está na origem da Igreja da Lapa, no Porto, e da igreja da mesma invocação, em Braga e sabe-se também que esteve na Póvoa, certamente em 1755, onde se fundou a “Confraria de Nossa Senhora da Lapa, Amparo dos Homens do Mar”.
O Pe. Ângelo Sequeira é autor de vários livros. Num deles, a Botica Preciosa da Lapa e Tesouro Precioso da Lapa (a Senhora da Lapa é que é a botica ou farmácia preciosa e o tesouro precioso), além de textos muito convincentes relativos à devoção à Senhora da Lapa, vem uma pintura da imagem da mesma Senhora. À semelhança dela, foram esculpidas muitas imagens e com certeza a que se venerou na Capela da Quinta.

Imagem de Nossa Senhora da Lapa divulgada pelo Mons. Ângelo Sequeira e que deve ter servido de modelo para a que se venerou na Quinta de Balasar.

O sobressalto provocado pela actividade do Pe. Ângelo Sequeira deixou marcas de que ainda hoje se conservam memórias na Póvoa e arredores.
Nesta localização encontra-se um óptimo trabalho de Agostinho Araújo sobre os "milagres" da Senhora da Lapa, de Vila do Conde, alguns de data como 1759, 1760 e 1761.
Colocamos a seguir cópia de um deles, de 1759, onde se vêem um negro e um branco muito bem vestidos. Estas vestes deveriam ser semelhantes às que se usavam em casa de Manuel Nunes. De reparar que a imagem de Nossa Senhora da Lapa é muito parecida com a que vem na obra do Pe. Ângelo Sequeira. O beneficiado era de São Simão da Junqueira.


Esta mensagem complementa alguns aspectos da anterior, mas não a substitui.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A propósito da Capela da Senhora da Lapa, na Quinta

A Beata Alexandrina terá conhecido por dentro a Capela da Senhora da Lapa, na Quinta de Balasar? Provavelmente. Mas se a não conheceu por dentro, conheceu-a ao menos por fora e ela é uma bela obra de arte.
Capela da Senhora da Lapa, em Balasar.

Esta capela surgiu no seguimento dumas pregações que na Póvoa e certamente também em Vila do Conde, possivelmente em 1755, e que se revelaram muito motivadoras. Os pregadores foram os Missionários Apostólicos, dirigidos então pelo padre brasileiro (entenda-se, nascido no Brasil, em São Paulo, que este país ainda não era independente) Ângelo Sequeira. “Tinham o costume de colocar sob a protecção de Nossa Senhora da Lapa o resultado do seu apostolado” (Mons. Manel Amorim).
A lápide do túmulo de Manuel Nunes data de 1758, o que quer dizer que nesse ano as obras da construção, se não estivessem acabadas, estariam adiantadas.
De Maio desse mesmo ano, há notícia de que estavam em andamento as obras da grandiosa Igreja da Senhora da Lapa de Vila do Conde (de “estrutura magnífica e custosa”).
                                                      Igreja de Nossa Senhora da Lapa em Vila do Conde.

Na Póvoa, criou-se então a “Confraria da Senhora da Lapa, Amparo dos Homens do Mar” e construiu-se mais tarde uma igreja.
Na antiga igreja paroquial de Santagões, não longe de Balasar, há uma imagem da Senhora da Lapa, ora ela foi reconstruída nos anos de 1755 a 1757.
Do mesmo tempo vêm as obras da Senhora da Lapa, no Porto; esta igreja também tem no seu começo o impulso do Pe. Ângelo Sequeira. No testamento, em Julho de 1756, Manuel Nunes deixava 6.000 réis para as obras dela, mas mais tarde retirou o legado, talvez por ter construído ele mesmo uma capela à Senhora da Lapa.
Há uma capela da Senhora da Lapa em Vilarinho, Macieira da Maia.
Mas não se pode falar desta invocação mariana sem mencionar o Santuário da Lapa, em Sernacelhe. Tem uma antiga e bela história.
Sobre o Pe. Ângelo Siqueira, veja-se também aqui. Veja-se ainda aqui notícia de uma obra deste sacerdote em honra da Senhora da Lapa, publicada em 1754.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Grupo americano de Peregrinos pela Paz, em Balasar

Esteve recentemente em Balasar um grupo americano de Peregrinos pela Paz que integra membros da Virgínia, Flórida, Texas, Nova Jérsia e Nova Iorque. Tivemos oportunidade de reunir com eles durante um significativo período de tempo e falámos-lhe longamente da Beata Alexandrina. Foi tradutora uma irmã natural da Indonésia e residente em Fátima. Foi um encontro muito participado. Acompanhava o grupo um jovem e dedicado sacerdote.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A propósito de duas inquirições de genere

Em 1828, o reitor de Balasar António José de Azevedo foi comissário para duas inquirições de genere de candidatos ao sacerdócio naturais de Bagunte. O primeiro candidato chamava-se Manuel Rodrigues Ferreira e o segundo Manuel da Costa Veloso.
O reitor de Balasar teve como secretário o seu coadjutor, o Pe. José António da Silva.
Nada disto merecia vir para aqui se o reitor em causa não tivesse sido o autor do célebre relatório que deu notícia para Braga da aparição da Santa Cruz e se o nosso conhecimento dele não fosse, como é, reduzidíssimo.
A primeira das inquirições foi feita em Setembro e a segunda em Outubro. 
Admire-se no fragmento de documento que se segue a caligráfica escrita do reitor António José de Azevedo.


Para a segunda inquirição foi necessário fazer uma diligência em Touguinhó. Era lá abade aquele sacerdote que está retratado no ex-voto de Bernardina Rosa. Colocamos a seguir um documento elaborado então por esse sacerdote.